mercredi 7 mai 2008

o que nao sai da parte de tràs do peito









Desalojar-te.

O que nao sai da parte de tràs do peito.

Arrancar o pé.

Nao ter medo de correr junto a ti.

Olhar o rio e nao ver o mundo que o envolve.

Estar absorta no piscar de olhos.

Passar ao lado de proposito.

Ver, ver, ver!

Fechar a boca.

Alargar o sorriso, despedaçar as lagrimas.

O mar solta na praia um pedaço de madeira,

forma de peixe, olho morto…

escamas alteradas e tumores em vez de guelras.
Sinto um cansaço naquele bicho imaginario,

uma quimera seca com a boca preta e o rabo cortado.

« - Que estranho ! disse, e lanço o pau às cegas.

Sentado de costas para o publico,

o anjo remenda o coraçao, cruza nos fios de la,

os caminhos pobres da redençao.

Equilibrado numa so asa,

ele dança no eixo vertical da memoria

e avança até nos, coxeando.

Cai três vezes, pois o seu coraçao é pesado

e o sossego furtivo.

Chega a mulher.

Ela deita-se no espaço de abandono e tédio

que ponctua a nossa ausência.

Escorrega na crueldade e a sua ultima seduçao

abre-lhe as pernas, separando-as.

Na varanda aparece a virgem, a boneca, o icône,

signo e simbolo de esperançosas superstiçoes.

Ela oferece-nos a sua protecçao.

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