jeudi 24 septembre 2009



 

 

Uma historia menor

A paciência entardecia
uma estàtua
oferecendo delicadamente
na dobra do làbio,
hùmido e liso,
o beijo da morte,
ao seu musgo.

Azedas dobradas contra os muros,
quebravam-se ao sol.
Pedra, àgua, ferrugem
avermelhavam-me a boca.
Aveneno-me até chegares.
balbucio uma jura,
afasto dos olhos uma névoa,
abandono a coroa,
arranho os joelhos na reza.
Fico queda.
Lm
09.O9. 24

mercredi 23 septembre 2009

Bem de dia ou de noite



Bem de dia ou de noite

Bem de dia ou de noite,
pedia que me dissesses bem de nos,
e que o amor transbordasse no dobrar
dos lençois.
E que mais filhos viessem dessa dor
e com alguns risos, para bem da vida
que nos dava tanto.
E o homem que eras, acolheu  nos braços
essa soledade de menino antigo.
Nessas noites ou meios dias
corriamos  as persianas com o dia a empurrar
o amor para a cama.
E esse bem recolhido e aconchegado,
alargado, dizia que milagroso era
pedir esse bem, que mais nao fosse
nao te espantes agora, filho de alguém
que là longe, no seu canto distante,
repete baixinho o teu nome,
o da infância, amando-te tal qual um menino.

lundi 14 septembre 2009

Salgo as feridas









O às da cicatriz


Leio precipitadamente o teu nome
riscado no meio de umas palpebras vazias.
O bule de cha estala num feitiço de ervas,
Uma peça unica do enxoval e partilhas.
Aceito dar a cara neste mastigar viciado
em teu nome.
Fico tolhida no meio da minha praia.
Por detras, um espelho contigo ausente.
O teu nome como vicio talhado
a gillete azul no meu pulso.
Um somatorio, o às da cicatriz.
Salgo as feridas e abro o olho mortiço.
Leio o teu nome tatuado no céu da boca,
lambo-lhe a vogal.

Vagueio viciada nele.


LM. Março 08

mercredi 9 septembre 2009

um coraçao novo














Ela pediu-lhe um coraçao novo,
para lhe bordar outro destino.

Inez debruçou-se lenta e delicada,
para lhe ouvir os passos.
Esticou os braços e julgou toca-lo.

Ele chegou mais tarde, real.

( ... )

LM, 09

vendredi 4 septembre 2009











Aqui so me quedo num respirar comum
se o desejares ainda.
Nada me importa agora,
Jà vivi tudo fora de horas.
Escreveram tanta coisas sobre nos…
Nao estavas atento ao rumor da historia ?

Envolveram-nos em lendas e a fonte
foi cùmplice e chorosa.
Houve quem te julgasse com firmeza.
Nao sei se vou gostar de viver numa
eternidade fora da pedra.

Desprotegida andei eu quando te amava…

( ... )

LM, 09