mardi 30 décembre 2008

Corel la " Pirate" de bariloche"!!!






















" (...) Y Corel... ya veremos pero vos me conoces?
la prolongacion de valeria en la tierra, tambien muy dotada para la musica y la danza,
la mas musical de los tres. y Roberto... que te voy a contar a vos,
mas musico que nunca y un señor de la montaña, nuestro Charles Ingalls."


Princesse Corel, filha de valéria Richeti e de Roberto Tormo,
amigos artistas que passaram por Paris, consumindo sonhos
e trabalhando comigo, maravilhosos artistas , dança e musica,
voltaram para a Argentina, Patagonia!!!

Este post é dedicado a linda familia que têm,
pois ainda hà mais dois pimpolhos .


Para valeria escrevi:

Poema del ùltimo dia –1

Hoy yo consumo mis suenos de hombre en el culo del mundo.
Y aquellos que poseen el mundo me enferman.
Aprendan entonces, que mi fatiga yo no la puedo compartir.
Sin embargo yo me sorprendo de estra aqui, con los ustedes,
Entre el ciel y la tierra.
Solo la palbra poética es liberadora, y una vez el hombre dispierto
A esta experiencia, no puede mas volver al letargo del grupo.
“ No toques mi creacion”, Yo le digo. Eso quebrara el ala derecha
de la gaviota en exilio. A que servirà elle entonces ?
Un dia yo pude dicir a un director de teatro.-« Eh, come mi torta, comé ;
Vas a hacerme engordar ». El rio , fue contagioso. Y celebramos juntos
El silencio que siguio.

Poema del ùltimo dia- 2

Miren, miren, ahora me estàn cortando un dedo
Eh, usteds me rompem un pedazo de vestido,
y me ciegan con su sentencia.los artistas lanzan un desafio
a aquellos que poseen el mundo.
-Acà ! Corten, no , màs rpofundo donde no hay màs sangre..
Vayan, vayan màs lejos, no van a encontrar màs que silencio.
Este lugar no tiene un lugar donde recibir nuestra torpeza.
Donde la podemos decir, la podemos mostrar desnuda e pùdica a la vez ?
Yo gaigo en el mundo, ressuscito, y la danza vuelve a visitarme.
Gracias, gracias, muchas gracias.
Por la vida, en la danza , soy u, pàjaro que cojea.
La danza me obliga a plegarme, y para poder, levantar una pluma,
Con esfuerzo debo desplegarme.
Mi brazo es un ala quabrada, el quisiera abrazarlos
dejandolos libres.

Poema del ùltimo dia- 3

Yo prefiero decir gracias, me encanta decirlo, pero yo no olvido
de decir mierda.
Yo prefiro decir si, pero és el no que se impone.
Yo muredo mi mano antes que el perro me la muerda.
A cada cual su veneno.
Yo soy insolente, y yo no soy insolente.
yo inscribo aqui mismo ésta liberdad de palabra,
esta liberacion.
La escenaes todavia, quizà, él unico lugar
donde pudemos compartir
La vida y la muerte.
Por eso, yo debo agradecerles.
Yo soplo sobre una flor de arena y espero
Que al roca se habra en un unico grano.
Es mi primer descubrimiento del dia…
Ha sido el ùltimo poema de lidia.
Yo soy valeria richeti, argentina,
el canto frué mi lengua natal,
y cuando yo miro el mar, yo me digo :
« - los naufragos no mueren, éstan solos
y profundamente adormecidos ».

lidia martinez ( traduçao, valeria richeti)

BOM ANO 2009



dimanche 28 décembre 2008

uma bainha refeita








maos acamadas num gesto nervoso








a historia das noites antigas em pano do fundo

samedi 27 décembre 2008

dois no chao


dois no chao

dormes como o Rei do Absoluto,

meu esquilo,

cuspo nos dedos

para te roçar depois a fronte,

benzendo-te.

esfrio nesta espera,

afasto a cortina,

aqueço-me na tua la.


disfarçado de morto

para que te deixe,

entristeces o meu coraçao.


lavro as horas com o meu silêncio,

ventura melodiosa

exalta-me os sentidos,

por instinto penso :

« carne de cao »

e abocanho-te firme.


afinal o cadaver estava desfeito,

era so um esmolar de cobertores tisnados

de amores desfeitos, esfomeando-me

com o teu cheiro.


na madrugada esperançosa,

rio em mim.

Rodelinda









RODELINDA

Rodelinda olhou-se no espelho e coincidiu com a imagem.
Quando eu morrer, pensou, o que morrera comigo ?
De maos crispadas na saia, rangeu os dentes solidos.
Fazia uns estalidos estranhos com a lingua,
como se o tique lhe aliviasse a tensao que lhe
percorria o rosto.
Se eu fechasse os olhos e tudo desaparecesse ?
Um gesto de despedimento arrancou-lhe uma unha sem gemer.
Quebrou as palpebras, ampliou a boca num esgar.
Endireitou-se, limpou a fenda de rubro fogo,
julgou mal o acontecido.
O homem deitado, respirava sem ruido.
Agarrou-lhe o cinto e escondeu-o na gaveta.
Escapou pela janela e resolveu caminhar de pés descalços.
Equilibrando-se na borda do passeio,
repetia o pensamento morbido que lhe ia na alma:
se eu escorregar agora e pisar o asfalto,
chego a casa e ele esta cego, cego e morto.
Como um animal marinho abismado num rochedo,
ela percorreu a distância sem queda alguma.
Aliviou o corpo e atravessou a estrada.


Lidia martinez
Paris, 26-12-2008

vendredi 26 décembre 2008

Zéphiro


Descuidada, Ombra mexia-se com uma graça particular. De uma grafia marcante e desalinhada, usava fita de veludo para lhe acalmar os canudos sombrios e brilhantes, era um pàssaro a dar de beber às maos. O timbre da sua voz sacudia o desejo. O Mortes era alto e usava calças estreitas,
rotas de proposito,
era um pobre de fingir. Tudo nela era vento, tudo nele era marmore. O polegar de Mortes arranhava o joelho e desfiava a ganga, enquanto Ombra assobiava um Zéphiro. Faltava-lhe talhar esse tempo, esse assopro, pensou Mortes e embaciou a boca de Ombra com um beijo. LM, julho 2008

jeudi 25 décembre 2008

Frases com titulos...


( ...) frases com titulos
Acontecem assim e vao fazendo numero,
talvez também algum sentido
_________________________________

Cegar o céu
Uma vida branca
O peso da luz
Tudo em caixas
As grandes horizontais
O profeta do passado
O homem incompleto
Fotografias cheias de paciência
O suspirar da ra morta
O fato novo do cao da condessa
Comido pelas arvores
Escrever em voz alta
Tirar à sorte
Fechar a porta
As tartarugas felizes
Uma estrela que dança
Entre o céu e a boca
Destinos enrolados
Suspirantes memorias
As costas pesadas
Conter multidoes
Um bando de corvos pousados
num salgueiro-chorao
A perplexidade e a falta de ar
O cheiro a escuro
O cotovelo da historia
A rua da padaria quente
O lagar do sebo
A rua da lava
Ladrar à feira
O bolo da veia
Peneira de perolas
Uma magica leitura do mundo
Uma neblina de gestos
A lama incomoda
Resolver a sua perdiçao
A garganta cheia de sol
Ais e suspiros longos
A natura divina do corpo
A valsa dos derviches
Florir a boca de beijos
As maos feridas do senhor Van Gogh
Três lebres unidas pelas orelhas
Enxugar uma rede com um beijo
A lua branca
Um vazio entre dois perfumes
Acordar as cinzas
Apelo telurico
Um beijo de caracol
O Penhorissimo !
Escondido nas dobras do tempo
Cadaver, o que sobra
Cair dos saltos altos
A musica das pedras
As coisas têm as suas proprias lagrimas
Fazer numero
O anonimato é sempre rebelde
Ter deus nos olhos
A recordaçao é a tumba
Uma criaçao sem obra
Mimar o jogo, mimar o amor
Passar a palavra ao fio da espada
Os gestos falecidos
A coragem dos passaros
Penultimo pudor antes da confissao
O orvalho suspenso nos labios da folha
Antiguidades melancolicas

Cansar o texto ( ... )

LM, Paris

lundi 22 décembre 2008

um adeus perfeito













Roçei-te a face como se fosses um filho meu
ou um irmao criado junto ao seio gémeo da mesma mae.

mercredi 17 décembre 2008

Filarmonica fraude











A Filarmonica Fraude,
uma das minhas primeiras capas de disco,
ou de ilustraçao...

Lembram-se?
Bjos,
LM
Natal, 2008

lundi 15 décembre 2008

Bem de dia ou de noite




















( ...) migalha de pao na mao do crente,

amasso o po do leito, deito-me,
sonho
e nunca durmo.

Suspira um cao à porta do inferno,

jà me roeu o osso ,sobe-me pelas coxas,
sacode-me como um trapo ,
limpo-me na pele do bicho,
escorrego e recupero a margem.
Caimos no mundo, todos, um de cada vez,
dor e pouca luz, rasgam-nos , duas fendas quase cegas.

Fura a mao aguda, maos lilases,
mao de passeante,
cumpre a nossa jura
em jardins exaltados com promessas,
provas e tormentos; eu fico bem a descolar beijos das paredes,
os làbios frios a provarem a cal.
Segredos molhando-te os cilios e neles,
a memoria de todas as amantes
que te enchiam o corpo e te azulavam o céu da boca.
Bem de dia ou de noite
pedi que dissesses bem de nos,
e que o amor transbordasse no dobrar dos lençois.(...)

LM
08

samedi 13 décembre 2008

Je drame ta chute










Qui est-là ?

Longtemps sa main n’a pas pu,
j’ai attendu et puis enfin il a percé le bâillon du langage
Un bout de tissu déchiré à l’endroit du mot,
tel un couteau, oui, oui, oui, trois fois de trop
ai-je cru entendre dire de chaque côté des coulisses.
Pan, pan, pan, ça frappait.
Au sol le bois résonnait et l’acteur
tremblait par les pieds.
Content.
Au théâtre il faut chausser ses pas en bonne entente,
car il est dangereux de ne pas savoir
rester debout sur son poids mort.
Si je te revois et je drame ta chute
et ta mort tombée sur les planches, ici-bas, est-ce possible ?
Dis, ça peut recommencer, là ?
Où avons nous oublié qui nous voulions devenir
Sur la route qui se terminait et le cri que nous aurions
pu faire pousser au ventre,
il y a eu un doute qui nous a séparés.
« Ah! de l’autre côté il y a certainement quelqu’un «,
a dit- elle dans le conte exemplaire
de la femme de l’île au loin,
et depuis je l’ai suivi, criant debout ou inclinée,
mais avec.
Lui, la tête tournée vers le fond du puits,
lui qui a tenu ma main en croyant au
changements de lumière et à l’angoisse
des choses qui échappent au cadre premier,
ah! lui qui est néanmoins revenu sur ses pas
jusqu’à ce bord de ce tout
au près de cet abîme, voilà c’est fait
- il a lâché ma main.

J’ai alors, enfin sauté.

Bonjour.

LM

Pour Valère Novarina
furieux des mots.
Accueillons le langage,
faisant de nous des êtres nouveaux.

mercredi 10 décembre 2008

o fim das palavras




















Arrefeceu o céu da boca ao espreguiçar-se
além do mais
e riscou o corpo com a ponta do lapis.
Repetiu tonta , o fim das palavras.

Parecia que lhe estavam a lavar a alma.


Esperou assim, so para ver.

Ficou tal uma ruina emocional
quando reparou no estragos.

Abandonou-se à natureza,
abriu a mao ,
dura, como uma rosa de areia.

Os animais mornos continuaram a sesta.

LM, 08

mardi 9 décembre 2008

MASCARADE

Ah, c’est une belle mascarade qui nous ouvre les mains.

Ceci vaut bien un bal aux heures des vêpres!

Venez peuple amoureux de moi et de ma vaillance,

dansez pour nous.

Que la morte valse parmi tous et qu’elle embaume de sacrilèges

les robes des vivantes.

Gardez ses biens pour les distribuer aux pauvres.

Venez suivre la procession macabre de ce carnaval des ombres.

Elle continuera de hanter nos nuits,

jusqu’à la fin du monde.

Je me couche à ses pieds et j’attends que l’aube

me délivre de ce cauchemar.

Mon chien me mordra la main droite et j’irai encore

faire cuire ma cruauté au pied de la croix.

Le jour du jugement dernier j’ouvrirai grand les yeux,

ils seront l’eau et le miroir de ma bien-aimée.

Ce face à face est la pénultième raison de mon combat.

L’ultime sera jugée plus tard comme une folle pièce de théâtre.

(le reste est silence, extrait)

LM







Le livre d'emmanuele

Je me lisais dans tous tes silences.
Dedans, surgissait la chaleur
et la sombre peine de ne pas
te vouloir prisonnier ici.
Je regarde la rose jusqu’à me pulvériser
les yeux entre l’os et l’aube.
La faille entre les âmes, une langue de terre,
la révolte et le spirituel incarnés.

LM

Silence...je défais ma tresse







Silence je défais ma tresse

Je marche sur une mer qui gèle ma demeure,
la brasse est lente, l’effort généreux bien que fragile.
Une fois encore et avant la noyade,
j’aimerais embrasser la bouche du bourreau.
entre nous pas de combat.
La joie se purifie.
la corde est usée, je me balance,
le lien est le signe ultime
de la souffrance.
Combustion.
Un jour pour de vrai la corde brûlera, toute.
Debout, les jambes croisées, je reste, je ne tombe point,
je me suis consumée.
En bas c’est le puits, je ne tombe plus, je monte, j’avance,
un cheval me croise, aveugles mes yeux sont partout,
mon corps est un abîme de lumière douce.
Je traverse, j’écoute, on me berce,
mon bonheur enfin est éternel.
Je suis morte une fois, au moins, au moins.
Ma peine est proche de l’éclat de rire, ils se valent.
Je te regarde dormir, que la beauté est douloureuse
et la peine,si douce.
Ma langue s’est roulée autour de ton sexe,
comme une bague ou un serpent.
Le vertige m’a gonflé de plaisir,
je voulais expérimenter cette mort,
avoir ses yeux.
Je quitte le jardin parfumé,
je saute à pieds joints dans le sable.
Les astres se sont tus, le mot qui clôt l’histoire
est toujours le plus beau.
Le mot qui clôt l’histoire est toujours le plus beau.
Le silence un jour aura aussi sa résonance.

LM

mardi 2 décembre 2008

cartas, a carta...












Amigos, masi uma vez esta carta volta, corrigida...

é um extracto, era assim que acabava o espectaculo
____o resto é silêncio,
que fizemos em 2005 em Coimbra e Alcobaça, no Mosteiro!!!

Foi...LINDO!!! merci,
LM

"(...) Estou nua e viva e não penso em nada. Esta brisa é fresca e cortante, a pele enrija os dentes juntam-se, cerro os punhos, se que devo guardar tudo, mesmo os gestos mais bruscos e doridos. Muros, ruínas e musgos frescos na sombra. Ah se for hoje o dia da traição e do punhal, saberei dizer à minha carne que não sou corrupta como ela. Estou a inchar de medo neste amor profundo, como um ventre doente e dorido. Tenho na pele escrita por dentro o teu nome pintado. Como a santa limpando o nome do Senhor, avançaste o linho que me era a carne,

e por dentro, por dentro limpaste o rastro frio do teu coração.
Foi como naquela ultima noite em ti, onde através das tuas pálpebras
eu via o teu sonho, e as flores eram o orvalho juntinho como pérolas e búzios,
tanta imaginação me dava febre e a tua mão na minha eu nem respirava.

Beijava-te os dedos um a um e recomeçava contando até mil,
para que a noite fosse mais longa.
Punha-me a fechar os olhos e a pedir a Deus
que voltasse ao início do mundo
para te puder esperar.
Já é outra vez manhã para todos nós, devo-me vestir,
tratar dos que me rodeiam, voltar a ser outra e sem vontade.
Junto a eles rezo coisas sem nexo e o amor é tanto que o sorriso me acolhe
na sua boca oferecida, encontro toda a leveza do meu pecado.
Lavo neste rio os braços e as mãos que te rodeiam quando neles te enrolas.
Deixo-os assim ao gelo, redondos e suspensos, quero oferecer a coroa deste corpo
a um ausente, e até que a dor se desvaneça, sem ter ninguém para me reter.
Tenho frio, o que vim eu aqui fazer nesta manha violeta ainda por desabrochar?
Entre estrume e lírios, piso serpentes e o veneno triste sobe-me pelas veias.
Ouço o sino da capelinha a ressoar, abre-se o arvoredo às minhas mãos.

Se fugisse agora virias ao meu encontro? ..." extracto, Inez, lisboa 2005

lundi 1 décembre 2008





C’est sans fin

Deux femmes se préparent à des rituels sans âge.





Les Solos Duos du Local en décembre



DUoS

SOLOs








Les vendredi 5 et samedi 6 décembre à 20h30
Dimanche 7 décembre à 17h00
C’EST SANS FIN !

Un duo d’Isabelle Dufau et de Lidia Martinez.
Avec : Isabelle Dufau, Lidia Martinez
Costumes, accessoires, masques, paysage sonore, textes : Lidia Martinez
Musiques : Roberto Murolo, Matteo Salvatore, Anthony Phillips, Touch.
Bande-son : Thierry Jousse, Lumières : Patricia Godal
Durée : 16’

« Deux femmes se déplacent à travers le temps, pointant des épisodes sûrement fondateurs de leurs personnalités. On travaille en regardant les tableaux de Paula Rego, une peintre portugaise, qui vit à Londres. Elle met en scène des femmes aux corps tendus, des animaux étranges et des objets liés à l’enfance. Paula dessine leurs visages très expressifs, elle nous pousse à écouter leurs cris, murmurer les secrets de famille et à sentir leurs tensions. Elle peint leurs rapports aux objets, signes et symboles, nous éclairant davantage sur leur monde intérieur. Ces personnages de femmes se cherchent, et, sans raconter d’une forme linéaire leur histoire, elles posent des pistes pour que l’on puisse les regarder se suivre dans les différents âges de la vie. On ne sait pas encore si ces deux femmes ne font qu’une… Il nous faut un temps pour que le corps retrouve ses volontés, attendons que le jeu auprès de vous, nous aidera à trouver des réponses. »
LM.

Photo sans finphoto :patricia godal

Le Local-18, rue de l’Orillon-75011 – Paris, métro : Belleville

Plein tarif : 10 €
Demi-tarif : 5 € (enfants, étudiants, chômeurs, seniors)

Consultez la totalité du programme dans le site du Local, merci.

http://www.Lmartinezdansetheatrecie.blogspot.com/
http://www.autre-cas.blogspot.com/

VENEZ NOMBREUX !!!!!!

Merci !!!!!

lidia martinez___________________________

mercredi 26 novembre 2008


LIDIA MARTINEZ VOUS INFORME

que le premier Festival de Danse

à la Girandole a lieu très bientôt !

A Pas le Corps commence

le 27 et se termine le 30 novembre.


Venez donc nombreux à la girandole pour voir mon solo… entre d’autres danses…et consultez le programme, il y a pleins de spectacles à voir !

Bises

LM

Herbe de Solitude, est un nouveau solo,
crée à partir d’un poème de antonio gamoneda,
je le danse le jeudi 27 novembre, à 19h30’,
et le 30 à 16H.

Théâtre la girandole-4, rue edouard vaillant-
Montreuil-93 100, Métro :croix de chavaux, ligne 9.
Réservation :O1 48 57 53 17


samedi 22 novembre 2008

AVITAL

AVITAL

« Avital, vai lavar a loiça ! », e ele ia.

Estancava junto à caixa de pedra e deixava correr a àgua .

« Avital, nao gastes tanta àgua », e ele fechava a torneira.

Baralhava a espuma e o sujo e queimava as maos grossas,

A V I T A Lamolecendo os nos.

Avital era assim, um homem do silêncio, com pés chatos

e de boca cosida.

Era cuidado e por isso o deixavam tratar dos mortos.

Nascimentos e velorios, Avital era chamado para dar a bençao

e tocar na fronte do defunto.Diziam que dava sorte fazê-lo .

Nao se sabia se era idiota ou se era de escolha ser mudo.

Também se dizia que era filho de boa gente.

Gostava de ver televisao e de noite corria todo nù pela praia.

Ouviam-se-lhe os gritos até do outro lado da costa.

Metia medo tanta dor. Os caes se escondiam debaixo

dos armàrios, os passaros ficavam loucos nas gaiolas

e os gatos enchiam as costas e espalmavam a cabeça,

miando por dentro.

Uma noite Avital nao se veio deitar no cantinho que lhe deixavam

em casa alheia. Domingo dormia no senhor Costa, na segunda-feira

ia descansar na garagem do Pau-da-Bica, e às vezes ficava na praia,

ao relento. Nao veio. A viùva do Berry, um ingles que ali ficara, acolhia-o

e deixava que ele lhe amassasse o corpo em desejos loucos.

Foi assim que lea recomeçou ater cores na cara e que o peito lhe subiu.

Avital desapareceu, na areia, no mar, nao se sabe . Nada lhe sobrou.

Um dia, na esquina da historia, alguém lançou o nome dele : « Avital ! »,

e um marunhar estranho de vozes secas de sol e de aveludado timbre,

lhes cantou uma curta tempestade, uma area bela de morrer.

Era a voz dele, afirmava a viùva, e vieram todos a correr para a praia

Ouvir aquele canto surgido do mar.

« Avital, Avital ! Anda, desejo-te…pensava a viùva do Berry,

corando até às raizes do cabelo. E foi assim, que nao podendo desobedecer

ao apelo da amante, o espectro de Avital se levantou do chao e salpicando

o povo de po e terra arenosa, foi sufocando a assistência, os amigos

e tudo que de vivo ali subsistia.

Houve depois cactos e azedas a crescerem por ali naquele deserto,

cardos também. A duna arrumou o caso.

Lidia , julho 2008

samedi 15 novembre 2008






Cartas de amor de Pedro e Inez

Troisième lettre:

Sitôt le matin levé je regarde le fleuve.
Il porte la pourriture des feuilles
comme une parure un ornement.
Etincelant et brusque miroir toujours à me parler de vous.
Dieu que je suis triste de votre tristesse
quand les jours se battent avec mes nuits !
Etrange guerre que je vis ici dans ce lieu de paix si sûre.
Elle gratte à ma porte comme une bête assoiffée de sang.
Ah, que suis lasse de cette immobilité
qui m’enracine à ma peine.
Je vous parle sans cesse mais l’écho court
moins vite que votre cheval,
sinon monseigneur, vous auriez pu écouter enfin
cette malheureuse qui vous pleure.
Ai Mondego, suis-le mon prince père heureux
mais si absent, quand finira-t-il de chasser
Insouciant du danger que j’encours d’être ainsi ,
corps offert aux chiens du Roi ?!!!

Inez, Paris, Juin 1997

vendredi 14 novembre 2008

Miconarrativa para « minguante »

tema « O Fado ».


MILEU

Vieram da guerra ilesos por fora.
Falavam baixo com medo de acordarem.
Neste andar desprevenido, cruzam uma
uma bela rapariga.
O Chagas nao topa, esta noutra.
Mileu arrefe e encurta os dedos dobrando-os,
como garras entrando na carne.
Nela abrem-se um sorriso, um convite, rapidos.
Seguem separados os tropas.
Mileu deixa-se levar pela mulher que o agarra
com a mao cheia.
Ele para-lhe o gesto e diz-lhe:

« – Nao!
( ela recua) Amanha, aqui à mesma hora.“
Mileu voltou aquele lugar durante trinta anos,
nunca mais a viu.
Recorda-lhe o cheiro e o macio cabelo.
Deixou-lhe passar o destino por cima dos pés.

lidia martinez

1 de setembro de 2008


desculpem nao tenho os acentos lusos no teclado, mil desculpas.


jeudi 13 novembre 2008

silence, je défais ma tresse




















Silence je défais ma tresse

Je marche sur une mer qui gèle ma demeure,
la brasse est lente, l’effort généreux bien que fragile.
Une fois encore et avant la noyade,
j’aimerais embrasser la bouche du bourreau.
entre nous pas de combat.

La joie se purifie.
la corde est usée, je me balance,
le lien est le signe ultime
de la souffrance.

Combustion.

Un jour pour de vrai la corde brûlera, toute.

Debout, les jambes croisées, je reste, je ne tombe point,

je me suis consumée.

En bas c’est le puits, je ne tombe plus, je monte, j’avance,

un cheval me croise, aveugles mes yeux sont partout,

mon corps est un abîme de lumière douce.

Je traverse, j’écoute, on me berce, mon bonheur enfin est éternel.
Je suis morte une fois, au moins, au moins.

Ma peine est proche de l’éclat de rire, ils se valent.
Je te regarde dormir, que la beauté est douloureuse
et la peine, si douce.
Ma langue s’est roulée autour de ton sexe,
comme une bague ou un serpent.
Le vertige m’a gonflé de plaisir,
je voulais expérimenter cette mort,
avoir ses yeux.
Je quitte le jardin parfumé, je saute à pieds joints dans le sable.
Les astres se sont tus, le mot qui clôt l’histoire est toujours le plus beau.
Le mot qui clôt l’histoire est toujours le plus beau.
Le silence un jour aura aussi sa résonance.

LM

samedi 18 octobre 2008

Sentir os espaços desertados pelo homem

SENTIR OS ESPACOS DESERTADOS PELO HOMEM

CIE LIDIA MARTINEZ______isabelle dufau, clermont pithan, lidia martinez
Dia 30 de outubro às 21h 30'
no auditorio Fernao Lopes Graça

_________________auditorio municipal Romeu Correia
FESTIVAL DE DANCA DE ALMADA
Plataforma de coreografos_______________________
um trio de vinte minutos com um pequeno texto de Gamoneda.
Dança, teatro, mascars, objectos e relaçao estreita com o publico
convidado a participar directamente connosco em cena.
Uma partiçao original de madalena graça vai ser dançada
pela bailarina isabelle dufau.
Esta peça é uma criaçao mundial para o Festival deste ano 2008!
Venham com um amigo também...
abraços de Paris,
LM


AMIGAS, AMIGOS__________________________________

dançamos no:

Auditório Municipal Fernando Lopes Graça

Pç. de S. João Baptista - Fórum Municipal Romeu Correia
2800-199 ALMADA
_____________________________________________________________________

Plataforma Internacional de Coreografos

Apresenta a cie LIDIA MARTINEZ

Dia 30 Out. / Oct. às 21:30

___________________________________________



LIDIA MARTINEZ
FRANÇA |FR|

Sentir os espaços desertados pelo homem

( criaçao para a Plataforma)

Coreografia e interpretação / Isabelle Dufau, Lidia Martinez, Clermont Pithan.

Música / music: Madalena Graça, Juliette Greco, Giya kancheli, Pierre Henry,

Mendelssohn, Amalia Rodrigues, Takemitsou.

Sonoplastia / sound design: Emanuele Balzani, LM,Thierry Jousse

Desenho de luz / light design: Clermont Pithan

Figurinos / mascars, marioneta: Lidia Martinez

Fotografia,/ Photography: Patricia Godal

Duraçao: 20’


Aparentemente pacífico e contemplativo, é este movimento que nos leva a criar uma linguagem corporal de movimento lento, no entanto, ele não exclui a presença latente da pulsação do caos. A estética utilizada como um espelho onde se miram os espaços desertados pelos homens e que o artista tenta de investir cuidadosamente, pé ante pé.

Uma poética da desolação e da esperança, utilizando tensões pontuando o espaço de respirações diferentes, de estâncias onde se libertam pedaços de historias, alguns segredos.

Recordação evocatoria da solidão de personagens simples, humildes, habitando uma Natureza vasta.

LM, O8.


A proposito de:

« Sentir os espaços desertados pelo homem "

« Esta peça é uma tentativa e de criar elos de proximidade

entre o corpo do bailarino e o publico.

Convida-lo a participar com o seu proprio corpo e presença.

Oito pessoas vao experimentar fazer parte integrante

do espectaculo.

Uma sensaçao diferente do movimento, da dança escapando

à arquitectura do corpo de cada bailarino, revelando a sua interioridade.

Essa lingua integrada e executada surpreende pela sua proximidade.

Desse encontro pudera nascer uma outra consciência

do que se passa do « outro lado ».

Visitar os espaços da realidade do sonho,

o caminho escuro que percorre Alice até ficar tao pequena

que a inversao da escala

lhe abre outros horizontes e a sua visao do mundo é outra.
A infância nunca està longe neste combate entre « l’ange et la bête »,.
A marioneta com o seu corpo ligeiro e suspenso leva a mao do actor
a visitar esses
espaços, o vento desiquilibra ambos e o canto do cisne negro
fà-lo desaparecer na nossa propria noite.

O amor se conjuga com a cumplicidade no jogo dos corpos que dançam e se abandonam.

O ultimo grito vem no meio da trovoada num fado que nao abdica da solidao e do grito.
Caiem no chao os bailarinos e parecem insectos, borboletas com espasmos

ainda a reclamarem a luz onde se queimam as asas.
Os nossos olhos seguem essa queimadura e acreditam em balsamos.

Enquanto o Espaço da cena estiver aberto a estes espasmos

e riscos de queimaduras, a nossa consciência do mundo pudera

movimentar-se numa partilha universal. »

Lidia Martinez

Paris, 5 de Outubro 2008