samedi 27 décembre 2008

dois no chao


dois no chao

dormes como o Rei do Absoluto,

meu esquilo,

cuspo nos dedos

para te roçar depois a fronte,

benzendo-te.

esfrio nesta espera,

afasto a cortina,

aqueço-me na tua la.


disfarçado de morto

para que te deixe,

entristeces o meu coraçao.


lavro as horas com o meu silêncio,

ventura melodiosa

exalta-me os sentidos,

por instinto penso :

« carne de cao »

e abocanho-te firme.


afinal o cadaver estava desfeito,

era so um esmolar de cobertores tisnados

de amores desfeitos, esfomeando-me

com o teu cheiro.


na madrugada esperançosa,

rio em mim.

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