mercredi 20 juin 2012

Cartas de Amor

Cartas de amor de Pedro e Inez ( 09.10) Aprumo a espera com o manto nocturno, inspiro-lhe rezas. Venço o medo e o sono, olho para ti tanto tempo, que desapareces. Arranco a minha arvore aos céus, musgo na dobra, mordo o làbio hùmido e liso, provo as azedas e a infância, com os dedos roidos pela ferrugem. Sou uma estàtua armadilhada entre a hera e o sol. ... Amoro o escuro onde o ventre se dissolve em erva dos muros. A olho nù, esforço-me por florir. Inez, 8.07.09 Pedro, Descreço a possivel salvaçao. herdo um chuvoso cair da tarde, que me lava o caminho poderoso, onde numa fala chà, tento florescer. ... inez, janeiro 2010.

vendredi 6 janvier 2012

Ela disse…

Ela procurava um rio dentro do mar eterno.
Provou-lhe a prata, engolio o sono
e nao lutou para subir à superficie.

Ela pediu-lhe um coraçao novo,
para lhe bordar outro destino.

Inez debruçou-se lenta e delicada,
para lhe ouvir os passos.
Esticou os braços e julgou toca-lo.
Ele chegou mais tarde, real.

A luz dele interrompeu-lhe o sonho.
Ela disse : fala-me da beleza là fora.

Amaram-se depressa, ele disse :
Sou esta fonte que te esquece,
amargo os cantos deste quarto.

Ele disse : Morro aqui contigo, neste amor.
Corro também , louco para te chegar o beijo à boca.

Ela responde : Ri alto como a arvore,
balanço os braços até vergar o bambou,
numa tontura apago-te dos meus olhos.

LM, agosto 2009