dimanche 21 octobre 2007

le reste est silence


- ( ...) Perdoo-te porque jà esqueci, nao posso fazer de outra maneira; Degolaram-me. Nesse gesto tudo se cristalizou. A morte ficou presa à lâmina e deu-me volta ao pescoço, cortando-me. Fiquei presa a esse instante e tudo foi precipitaçao, maos doridas e sangue a jorrar. Devo ter caido no chao com a cabeça inclinada, os olhos ainda a ver. Deixaram-me ali aberta à noite com o ventre cheio de uma pequenina morte. Nao te lembras? Morremos todos juntos nessa noite. Nao sei se estava escuro por dentro ou por fora, so agora me sinto toda e vazia . Nada importa mais. O perdao nao é para a aqui chamado. Arruma o novo saber com ele e deixa que me liberte deste frontal destino a que me forças-te. Pedro: - Talvez possamos agora experimentar o caminhar lado a lado. Inez: -Talvez...se nao tiveres pressa de chegares a lado nenhum. Pedro: Daqui para diante so o instante conta. Inez: - Isso lembra-me algo de santo! Pedro: - Ouves o acordar do novo mundo? Inez: -Ouço-te a ti e a mim, nada me soa estranho. Pedro: - O ressoar de todos os passos me doem no corpo. Nao ouves os gritos de alegria e as preces de bem-haja? Inez: - Nao sei se vou gostar de viver numa eternidade fora da pedra, desprotegida andei eu quando te amava. Se calhar prefiro esconder-me em caixas, ser perfume de rosas e um lenço de linho com o teu nome bordado. Assim uma coisa que se pode perder no bolso do casaco. Deixa-me percorrer cega a brancura da luz que enxergo. Ser so ela e mais nada, é a essa a libertaçao a que anseio, jà que tanta escuridao me fechou a cara. Mandas-te escrever na pedra " Até ao fim do mundo", agora jà là chegamos. A partir de agora vou por ai cumprimentar a obra divina. Pedro: - Entao a partir de hoje fica tudo por escrever."(...) " o resto é silêncio " extracto, LM 2005

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