autre-cas

lundi 1 octobre 2007

falas da castro

Publié par LM,paris à 11:28
Libellés : eduarda dionisio.photo, émerentienne dubourg, Falas da castro, kader Rhamani, la reine morte

Aucun commentaire:

Enregistrer un commentaire

Article plus récent Article plus ancien Accueil
Inscription à : Publier les commentaires (Atom)

osez l'ange qui fait la bête

osez l'ange qui fait la bête
ange aux galeries lafayette

des voeux suspendus

des voeux  suspendus
faîtes un voeu, centa 2004

la reine morte

la reine morte
inez rime avec martinez

Ultima carta de amor de Inez a Pedro

Pedro, hoje dispo-me à nascente da fonte e ouço o melro enrolar o seu canto na força desobediente do rio.
Como ele corre lambendo o flanco das margens.
Agudo o grito do pavao branco que se passeia por perto.
Estranha a beleza que em envolve nesse instante.
Parece-me ver tudo descolado do mundo.
Uma poesia escandalosa nua e obscena na sua cruel beleza.
Vivo agora e posso morrer jà, tanto este mistério me é favoràvel
e se conjuga à desordem que anima o meu sentir.
Nseta hora de exaltaçao pura, nao chamo por ninguém.
Nem por ti, mesmo que saiba onde vives e esperas.
Nao consinto que neste momentode irrealidade,
e profundo amor por tudo o que vive e me està proximo da mao,
venha a tua dùvida perturbar-me a mente.
Estou nua e viva e nao penso em nada.
Esta brisa é fresca e cortante, a pele enrija os dentes juntam-se,
cerro os punhos, se que devo guardar tudo,
mesmo os gestos mais bruscos e doridos.
Muros, ruinas e musgos frescos na sombra.
Ah se fôr hoje o dia da traiçao e do punhal,
saberei dizer à minha carne que nao sou corrupta como ela.
Estou a inchar de medo neste amor profundo, como um ventre
doente e dorido.
Tenho na pele escrita por dentro o teu nome pintado.
Como a santa limpando o nome do Senhor, avanças-te o linho
que me era a carne, e por dentro, por dentro limpaste o rastro frio
do teu coraçao.
Foi como naquela ultima noite em ti, onde através das tuas palpebras
eu via o teu sonho, e as flores eram o orvalho juntinho como pérolas e bùzios, tanta imaginaçao me dava febre e a tua mao na minha eu nem respirava.Beijava-te os dedos um a um e recomeçava contando até mil, para que a noite fosse mais longa.
Punha-me a fechar os olos e a pedir a Deus que voltasse ao inicio do mundo para te puder esperar.
Jà é outra vez manha para todos nos, devo-me vestir, tratar dos que me rodeiam, voltar a ser outra e sem vontade.
Junto a eles rezo coisas sem nexo e o amor é tanto que o sorriso me acolhe na sua boca oferecida, encontro toda a leveza do meu pecado.
Lavo neste rio os braços e as maos que te rodeiam quando neles te enrolas. Deixo-os assim ao gelo, redondos e suspensos,
quero oferecer a coroa deste corpo
a um ausente, e até que a dor se desvaneça, sem ter ninguém para me reter.Tenho frio, o que vim eu aqui fazer nesta manha violeta ainda por desabrochar? Entre estrume lirios piso serpentes e o veneno triste sobe-me pelas veias. Ouço o sino da capelinha a ressoar, abre-se o arvoredo às minhas maos. Se fugisse agora virias ao meu encontro?
Descer por ai abaixo como as cartas de amor, que escorregam até ao refùgio amigo da rocha.Ou serai melhor deixar-me afogar?
Se quiseres saber o que me leva a ficar injustamente perseguida e imovél vais ter de ter paciência e guardar os olhos postos na eternidade.
Inez, Paris 20 de Maio de 2004.


make me drunk with your kisses

make me drunk with your kisses
as falas da castro, texto eduarda dionisio

la somnambule

dobrar os joelhos no baile dos ardentes
la somnambule...a loucura dà arrepios
os mortos vivem sob o nosso tecto, nas molduras
de certeza que nao fogem, nem mudam
sorriem para nos, ou parecem estranhos
hà dias assim, que os esquecemos, eles nao.
LM, paris

o resto é silêncio

o resto é silêncio
espectaculo Gulbenkian, paris06

diario de uma bordadora de intimidades

as tuas maos podem tudo
guardo a garganta cheia de sol
escoando luz, libertando ais e suspiros longos.
a falta que tu me fazes é sem limites, um dia dir-te-ei isto.
palavras para chegar ao silêncio.
do meio da vergonha, da unidade, guardo a sensibilidade
na boca, là no fundo, comichao.
lingua que vai tocar no concavo, engolir seco.
agitaçao da cauda do peixe, um golpe de remo e chuva miudinha
a molhar tolos.Ficamos calmos separados pelos oceanos.
uma escrita seca, ossea.
uma lama incomoda.
eis aqui!
comida pelas arvores, a luz pesada do meio da tarde.
é so o dia de hoje, que bom tê-lo.

la création est ce qui résiste

Le poème est gardien d'énergies.

La fragilité de la rose des sables.

La soif des marcheurs.

Corriger la tradition.

Le repos de la terre.

La tranquilitée des arbres.

La gaine du silence.



les autres

" Les autres", ah, oui, autre-cas, alors quoi?
La petite croix dans le carré, on est autre,
nous avons droit à la petite croix,
enfermée elle, pas nous!

Allons au bain, à la mer, à la scène,
jouons, dansons, ne fermons pas ma bouche,
quoi d'autre?

Avance l'aube, lève le rideau,
souffle la lumière,
l'homme est incomplet.

LM, paris
30.06.07


Archives du blog

  • ►  2012 (2)
    • ►  juin (1)
    • ►  janvier (1)
  • ►  2011 (33)
    • ►  octobre (3)
    • ►  septembre (3)
    • ►  août (3)
    • ►  juin (3)
    • ►  mai (4)
    • ►  mars (7)
    • ►  février (5)
    • ►  janvier (5)
  • ►  2010 (7)
    • ►  août (3)
    • ►  mai (2)
    • ►  mars (1)
    • ►  février (1)
  • ►  2009 (61)
    • ►  novembre (4)
    • ►  octobre (2)
    • ►  septembre (6)
    • ►  août (7)
    • ►  juillet (1)
    • ►  juin (3)
    • ►  mai (6)
    • ►  avril (4)
    • ►  mars (5)
    • ►  février (10)
    • ►  janvier (13)
  • ►  2008 (150)
    • ►  décembre (16)
    • ►  novembre (5)
    • ►  octobre (7)
    • ►  septembre (14)
    • ►  août (6)
    • ►  juillet (3)
    • ►  juin (27)
    • ►  mai (32)
    • ►  avril (8)
    • ►  mars (18)
    • ►  février (9)
    • ►  janvier (5)
  • ▼  2007 (86)
    • ►  décembre (6)
    • ►  novembre (13)
    • ▼  octobre (27)
      • cartas de amor de pedro e inez, le reste est silence
      • cartas de amor de pedro e inez
      • Le reste est silence
      • Le reste est silence
      • Le reste est silence
      • le reste est silence
      • deux sur le perchoir
      • douces figues, mots amers
      • la catharsis de l'amour
      • QUIETA!
      • make me drunk with your kisses
      • duas frases do daniel
      • un tas devant moi (extrait)
      • Fechar a boca
      • Dernière lettre amour d’Inez à Pedro( extrait ) ...
      • les harengs poussent par la tête
      • les harengs poussent par la tête
      • les harengs poussent par la tête
      • Le reste est silence
      • autre-cas
      • falas de antigona
      • antigone
      • falas ao amante nao esquecido
      • antes que a noite venha
      • antes que a noite venha
      • falas da castro
      • antes que a noite venha
    • ►  septembre (18)
    • ►  août (2)
    • ►  juillet (18)
    • ►  juin (2)

Qui êtes-vous ?

Ma photo
LM,paris
Chorégraphe-danseuse, plasticienne, écrivaine de mots impairs. Bilingue et quoi d'autre?
Afficher mon profil complet

Le reste est silence

Le reste est silence
Paris, Gulbenkian, photo, guy vivien

La Reine Morte

La Reine Morte
photo guy vivien

c'est sans fin

c'est sans fin
isabelle dufau, photographie patricia godal

danse 2007

danse 2007
sans cagoule

autre-cas, spectacle 07

autre-cas, spectacle 07

amours cyclopes

amours cyclopes
moi-je?

autre-cas

autre-cas
autre-cas

l'homme en blanc

l'homme en blanc
l'homme en blanc

la catharsis de l'amour

la catharsis de l'amour
le nid vide

autre-cas

autre-cas
cagoule
Thème Picture Window. Fourni par Blogger.