Como giestas bravas
E o beiço devorando amoras quase azuis
de doce tinta, os dedos em farrapos nao sentiam
o rasgo no espinho.
Era todo em edredao violeta de sangue.
E ele , em lume ardia disforme
numa entropia oferecida aos deuses.
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O pensamento atravessa-me o olhar.
Despedimento
Ou inauguraçao de um novo dia
Num quebrar de palpebras.
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Esbatida no silêncio como o luto,
Uma pintura enigmàtica e paisagista de Balthus
Inclinando a Suiça, para o vértice mais abrupto do gelo.
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O vento assopra desmancha-me e leva-me.
fragmentada numa risca lasco o marmore.
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Amarrotar a ternura molhar a roupa
E perder-me na tempestade.
.....................................................O rapto da memoria
( … )
Limpo com a renda e enrolo tudo nela,
o dente e a pedra.
Quando eu arder no sulco càvico da mina,
Abrir-se-à entao o segredo espreitando o esmalte.
Coserei as palpebras entre elas abdicando do escuro
por fora.
Fico com a luz que me dou quando te penso.
Este espaço està desertado.
Vou-me integrar e sair pela cabeça.
Adeus agora.
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A sincope do rapto nao me poupa.
levo no dedo o corte e na agulha a linha, azul.
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Tenho quatro maos dentro de mim
a cozerem pao e a fiarem o linho.
Hei-de esperar o secar da macela,
fazer-te chà para te acalmar as visceras.
Planto beijos nas tuas coxas quentes.
Por instinto caço como um cao
e preparo-te um met digno das minhas preces.
Oficina bem o teu cantar, desvia a fenda
neste sangrar do meio do corpo.
Prova-me o agravo, limpo o prato com a lingua
e observo-te nos olhos.
LM, 2008
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