mercredi 21 janvier 2009


castigo de domingo

Fui dar de beber aos pombos

e tocar ao de leve
no cheiro das rosas.
Abri o cetim, rasguei a seda,

percorri com o dedo o sentido do fio,
cerrei a boca e ouvi-lhe o grito.
Depois empurrei a mao contra os picos das rosas

e nao senti nada.

Voltei a uma insensibilidade do corpo infantil,

uma perfeita regressao que me deixou perplexa.

Naquela tarde de domingo,

onde vim dar de beber aos pombos,
fui pelos sentidos,
encontrei
o cheiro antigo dos bichos
enrolados
num poema de fim de tarde.


LM,
3O de julho, 2008

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