mardi 3 juin 2008

TEXTOS EM AVULSO






Andar ao poema

Vou andar ao poema

a dar de beber aos passaros.

Na fonte passeia um animal ondulante.

Um pescoço de gato preto

a movimentar-se no escuro.

Cegueira amavel e bruta

provoca benzeduras

em surdina.

Roma mordida em golpes de sangue.

Surge um relâmpago na noite habitual

do desejo.

Tenho de fechar os olhos para ver o que se passa.

Vou continuar a andar no poema

com a minha lingua

de falena arrependida.

No fundo, ao longe, vou andar ao poema

senao acordar contigo.

Pacé, 31.O5.O8

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