![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhGDBv3te4_f22NIFSXD6UNFfidsUmwK9hg98JzRsKC_PBQa08OV6VpQxbGthK36ZtPR0r3i3oeP7up2BmzgeGCziz9BE1VWhvxk-LWx1Zo6zlOS3ZisSvo3D2k6-CII3ieFD06OxEzsM/s320/lidia-ciculaire.rouge.jaune.jpg)
Raizha
No pior dos frios Raizha soletrou palavras
desconhecidas e foi perdendo os dentes
como perolas de um colar desfeito.
Um peixe amargo chegou na maré,
tarde demais para escalar ou salgar o conduto.
O vento desmanchou-lhe o corpo.
Viu depois a fome saltar como coelhos gigantes
perseguidos por lanças certeiras.
Caiu de borco à beira-mar com o sol deitado na agua.
Ouvi os afogados cantarem so com os lhos.
Estranhos anoes de pedra romperam
longiquos comos farois.
A maré lambeu Raizha até nao sobrar nada.
O rastro de uma anel teimoso num dedo inchado,
deu à costa para là do pontao.
LM, mars 2008
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire