mercredi 4 juin 2008






Textos em avulso

O grito

Num desconforto voraz de cristalinas dores,

ais e males espantados,

sinto-me pronta a abanar as maos à janela,

como trapos.
Deixo cair o corpo para fora do parapeito,

a cabeça pesada leva o resto.

Ainda ouvi de raspao soar um grito

mas jà nao era o meu.

O peito queimou a seda,

vinha a arder.

A calçada cresceu em labirintos

desalinhados, perto do meu olho pintado.

Ao sacudir a colcha ao sol,

alguém observou tremendo,

o bailar assimétrico

de umas pernas largadas no chao.

Pacé, 1.06.08
LM

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