Andar ao poema
Vou andar ao poema
a dar de beber aos passaros.
Na fonte passeia um animal ondulante.
Um pescoço de gato preto
a movimentar-se
Cegueira amavel e bruta
provoca benzeduras
em surdina.
Roma mordida em golpes de sangue.
Surge um relâmpago na noite habitual
do desejo.
Tenho de fechar os olhos para ver o que se passa.
Vou continuar a andar no poema
com a minha lingua
de falena arrependida.
No fundo, ao longe, vou andar ao poema
senao acordar contigo.
Pacé, 31.O5.O8
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