jeudi 5 juin 2008

Contos







DESEMPREGO

Violeta prepara-se para sair de casa.
Veste saia e casaco, como dantes.
Empurra o portao entalando um pé na dobra de ferro,
e numa pressao nervosa, deixa balançar o corpo.
Entra no jardim e deixa-se cair na relva.
Violeta tem as maos pequenas, os dedos redondos
unhas rentes para melhor bater no teclado.
Abre os olhos para o céu até doerem.
Bebe no repuxo o esguicho de aguia fria.
Lembra-se em menina a sede a roer-lhe a alma
e os dentes a estalarem!
Senta-se no banco e estremeçe.
Tem medo e começa por experimentar a fome,
para ver.
Quem sabe?

Paris, 6 de março de 2008

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