Raizha
No pior dos frios Raizha soletrou palavras
desconhecidas e foi perdendo os dentes
como perolas de um colar desfeito.
Um peixe amargo chegou na maré,
tarde demais para escalar ou salgar o conduto.
O vento desmanchou-lhe o corpo.
Viu depois a fome saltar como coelhos gigantes
perseguidos por lanças certeiras.
Caiu de borco à beira-mar com o sol deitado na agua.
Ouvi os afogados cantarem so com os lhos.
Estranhos anoes de pedra romperam
longiquos comos farois.
A maré lambeu Raizha até nao sobrar nada.
O rastro de uma anel teimoso num dedo inchado,
deu à costa para là do pontao.
LM, mars 2008
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