jeudi 14 août 2008
O rapto da memoria
o outono despe a natureza
e vou cumprir o sucedido.
a sincope do rapto
nao me poupa.
levo no dedo o corte
e na agulha a linha.
parto o dente com a pedra,
em cheio no làbio.
limpo com a renda e envolvo tudo nela.
quando eu arder no sulco càvico
da mina, abre entao o segredo
e espreita o esmalte.
hei-de coser as palpebras entre elas
e abdicar do escuro por fora.
fico com a luz que me dou
quando te penso.
mexo-me.
ato as pernas com os atacadores.
estou envolta em silêncio
e o homem jà nao se passeia
mais pelo meio.
este espaço està desertado.
vou-me integrar e sair pela cabeça.
adeus agora.
vejo-me no tecto
e saio pela porta fechada no trinco.
repito adeus sem som, nem maos,
nem asas levantadas contra o vento.
jà nao preciso de empurraozito
para voar.
é so luz amor.
esqueci-me de rezar,
oiço as Parcas a fiarem.
atravesso o desert de Léthé,
recomeço a beber as gotas do rio amélés,
le " sans-souci".
acontecerà um novo viver sem nos dentro.
sinto que nao te vou puder esqueçer,
escreverei isto mais tarde em azul,
apos o primeiro déjà vu.
serà que me vou lembrar?
LM, paço de arcos, julho de 2008
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