samedi 1 septembre 2007

POEMADOULTIMODIA

POEMADOULTIMODIA

Os artistas lançam um desafio aqueles que possuem o mundo,

e os que possuem o mundo indispoem-me.

Surprendo-me de estar aqui convosco, entre o céu e a terra.

Nao existe no mundo um lugar que possa acolher a nossa torpeza.

Tropeçamos nela e caimos no mundo.
Na via , na dança, sou um passaro que coxeia.

O meu braço é uma asa quebrada que vos acena lentamente.

Inclino-me, queria abraçar-vos deixando-vos livres.

So a palavra poética é libertadora.

Dentro de mim tudo se agita desafiando a espessa neblina

que humedece e me apareda o peito.

Serro os labios que se afinam, como se por uma outra boca,

provasse os meus proprios beijos.

Desconheço a ligaçao das linguas neste processo.

Eu sou insolente, eu nao sou insolente.
Prefiro dizer sim, mesmo se o nao me preocupa.

Mordo a mao antes dos caes.

A cada um de digerir o seu veneno !

Chamo-me lidia martinez e a dança é a minha terra natal.
Este é o ultimo poema do ultimo dia.

Olho o mar e digo :

- Os naufragos nao morrem, dormem.

lidia martinez, paris 2005.

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