Vicios Briquita deixava-se estar à janela horas a fio. Anca vencida à esquerda, pé descalço e unha acerada a riscar a barriga da perna, devagarinho. O corpo adormecia desapegado no encombro do parapeito. Nao sabia contar o tempo que ali passava. A tristeza era infinita e sereno o prazer que nao escondia. Trazia na face a mascara do vicio e da queda. O resultado fora imediato…o marido dera o fora, era um mà–rolha, ela descaira. Deixou-a com a bufarra a margiar-lhe o sexo e com muitas petas a tinha mantido presa. Depois de muito seresmar, Briquita decidira mostrar o retrato que lhe ia na alma. Absorta no seu cismar, nem dava conta do pecado duma tal melancolia. Secou ao sol e ao vento, com o olho aveludado e o desassosego a pintar-lhe o retrato. LM, 16 de março de 2008 |
lundi 28 avril 2008
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