mercredi 2 avril 2008
Raizha
No pior dos frios Raizha soletrou palavras desconhecidas e foi perdendo os dentes como perolas de um colar desfeito. Um peixe amargo chegou na maré, tarde demais para escalar ou salgar o conduto. O vento desmanchou-lhe o corpo. Viu depois a fome saltar como coelhos gigantes perseguidos por lanças certeiras. Caiu de borco à beira-mar com o sol deitado na agua. Ouvi os afogados cantarem so com os lhos. Estranhos anoes de pedra romperam longiquos comos farois. A maré lambeu Raizha até nao sobrar nada. O rastro de uma anel teimoso num dedo inchado, deu à costa para là do pontao. LM, mars 2008
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