
Vicios
 
Anca vencida à esquerda, pé descalço e unha acerada
a riscar a barriga da perna, devagarinho.
O corpo adormecia desapegado no encombro do parapeito.
Nao sabia contar o tempo que ali passava. 
A tristeza era infinita e sereno o prazer que nao escondia.
 Trazia na face a mascara do vicio e da queda.
O resultado fora imediato…o marido dera o fora,
era um mà–rolha, ela descaira. 
Deixou-a com a bufarra a margiar-lhe o sexo 
e com muitas petas a tinha mantido presa. 
Depois de muito seresmar, Briquita decidira mostrar 
o retrato que lhe ia na alma. 
Absorta no seu cismar, nem dava conta do pecado
duma tal melancolia.
Secou ao sol e ao vento, com o olho aveludado 
e o desassosego a pintar-lhe o retrato.    
LM, março O8.
 
 
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire