Ela disse…
Ela procurava um rio dentro do mar eterno.
Provou-lhe a prata, engolio o sono
e nao lutou para subir à superficie.
Ela pediu-lhe um coraçao novo,
para lhe bordar outro destino.
Inez debruçou-se lenta e delicada,
para lhe ouvir os passos.
Esticou os braços e julgou toca-lo.
Ele chegou mais tarde, real.
A luz dele interrompeu-lhe o sonho.
Ela disse : fala-me da beleza là fora.
Amaram-se depressa, ele disse :
Sou esta fonte que te esquece,
amargo os cantos deste quarto.
Ele disse : Morro aqui contigo, neste amor.
Corro também , louco para te chegar o beijo à boca.
Ela responde : Ri alto como a arvore,
balanço os braços até vergar o bambou,
numa tontura apago-te dos meus olhos.
LM, agosto 2009
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