Como giestas bravas
Um ar inventado
Onde respiram dolentes
Aves brancas como anjos sem pés.
Deixam dedadas no espelho do quarto.
O pensamento atravessa-me o lhar.
Despedimento
Ou inauguraçao de um novo dia
Num quebrar de palpebras.
Esbatida no silêncio como o luto,
Uma pintura enigmàtica
e paisagista de Balthus
Inclinando a Suiça, para o vértice mais abrupto do gelo.
O vento assopra desmancha-me e leva-me.
fragmentada numa risca lasco o marmore.
Amarrotar a ternura molhar a roupa
E perder-me na tempestade.
levo no dedo o corte e na agulha a linha, azul.
a cozerem pao e a fiarem o linho.
Hei-de esperar o secar da macela,
fazer-te chà para te acalmar as visceras.
Planto beijos nas tuas coxas quentes.
Por instinto caço como um cao e preparo-te
um met digno das minhas preces.
Oficina bem o teu cantar, desvia a fenda
neste sangrar do meio do corpo.
Prova-me o agravo, limpo o prato com a lingua
e observo-te nos olhos.
LM, 2008
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