dimanche 25 janvier 2009

como giestas


Como giestas bravas

Ateado o desejante aveludava a lingua

E o beiço devorando amoras quase azuis

de doce tinta, os dedos em farrapos nao sentiam

o rasgo no espinho.
Era todo em edredao violeta de sangue.

E ele , em lume ardia disforme

numa entropia oferecida aos deuses.


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O pensamento atravessa-me o olhar.

Despedimento

Ou inauguraçao de um novo dia

Num quebrar de palpebras.


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Esbatida no silêncio como o luto,

Uma pintura enigmàtica e paisagista de Balthus

Inclinando a Suiça, para o vértice mais abrupto do gelo.


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O vento assopra desmancha-me e leva-me.
fragmentada numa risca lasco o marmore.

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Amarrotar a ternura molhar a roupa

E perder-me na tempestade.

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O rapto da memoria

( … )

Limpo com a renda e enrolo tudo nela,

o dente e a pedra.

Quando eu arder no sulco càvico da mina,

Abrir-se-à entao o segredo espreitando o esmalte.
Coserei as palpebras entre elas abdicando do escuro

por fora.

Fico com a luz que me dou quando te penso.

Este espaço està desertado.

Vou-me integrar e sair pela cabeça.

Adeus agora.

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A sincope do rapto nao me poupa.
levo no dedo o corte e na agulha a linha, azul.


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Tenho quatro maos dentro de mim

a cozerem pao e a fiarem o linho.

Hei-de esperar o secar da macela,

fazer-te chà para te acalmar as visceras.

Planto beijos nas tuas coxas quentes.

Por instinto caço como um cao

e preparo-te um met digno das minhas preces.

Oficina bem o teu cantar, desvia a fenda

neste sangrar do meio do corpo.

Prova-me o agravo, limpo o prato com a lingua

e observo-te nos olhos.

LM, 2008

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