A oficina do vento
De mao inquieta, acamada,
num jeito nervoso, desfaço
a falsa prega no lençol a meio do leito.
Apraz-me o seu frio e os fios de linho
ai bordados.
No lugar do rosto surge o espectro da noite antiga.
Apoio o cotovelo na almofada
descanso o resto do braço,
enquanto me ferve a fronte.
Em pano de fundo, oficina o vento:
Traz aromas de banhos quentes
lavanda e tomilho, abonando
este caminho evoco-te suado e nu,
distante.
Melhor assim, partiràs antes de madrugar-me o sol.
( publicado em dezembro 2008)
LM, 28-12-08
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