lundi 15 décembre 2008
Bem de dia ou de noite
( ...) migalha de pao na mao do crente,
amasso o po do leito, deito-me, sonho
e nunca durmo.
Suspira um cao à porta do inferno,
jà me roeu o osso ,sobe-me pelas coxas,
sacode-me como um trapo ,
limpo-me na pele do bicho,
escorrego e recupero a margem.
Caimos no mundo, todos, um de cada vez,
dor e pouca luz, rasgam-nos , duas fendas quase cegas.
Fura a mao aguda, maos lilases, mao de passeante,
cumpre a nossa jura em jardins exaltados com promessas,
provas e tormentos; eu fico bem a descolar beijos das paredes,
os làbios frios a provarem a cal.
Segredos molhando-te os cilios e neles,
a memoria de todas as amantes
que te enchiam o corpo e te azulavam o céu da boca.
Bem de dia ou de noite
pedi que dissesses bem de nos,
e que o amor transbordasse no dobrar dos lençois.(...)
LM
08
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