lundi 4 février 2008

clemente, o simples













clemente, o simples

Clemente saiu de casa como um anjo menor,
sem lenço.
Cantava desafinado mas feliz.
Depois era com grande sede e alivio,
que bebia sôgrego,
o espirro de agua, da fonte do jardim.
Limpava os beiços com a manga e empoleirava-se
nas grelhas velhas do coreto.
Contava até trinta e deixava-se cair, exausto.
Esfregava as calças poidas destes usos e andanças.
Era tacanho e estagnado, diziam-no simples.
Todos aqueles que lhe estendiam a mao,
eram como familia.
Empoeirado, sacudia-se, ondulava as costas
como um bicho menor.
Dizia-se entao que isso era sinal de chuva.
Lm, dezembro 07.

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