vendredi 6 juillet 2007
os ossos do poema
no correctivo do silêncio:
- atençao, um santo pode esconder outro!
deus ausenta-se da vibraçao dos corpos
corruptos pela morte.
as arvores conversam silenciosas com os vivos,
sangram lagrimas raivosas
e florescendo no momento propicio,
as rubras pétalas se rasgam de amor e de cio.
ainda existem bichos e flora que resistam.
andamos à volta com os ossos do poema,
os olhos envoltos em poeira.
- atençao, um santo pode esconder outro!
vamos criar enquanto é dia.
quando o coraçao devora o peito
e ameaça ser boca
gemendo sustento,
quando subejam preces,
escoando pela garganta,
gagueja ausente o teu nome,
visto-me entao de avessos.
ai que tanto amor obriga!
abro o corpo e volto a cara de face
para resolvermos estas maos.
caminho de lobas, filho de pastor.
caminho de lobos, filha de pastor.
amorino!
os olhos envoltos em poeira,
canso a proposta.
amaramente
o mal amàvel.
LM, paris
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