Paralelo ao publico
No limite do vestido
Apanhar o ar
Bater no ombro direito
Cruzar os braços para o céu
Dar a volta ao quê
A tragica consciência do incompleto
Ha um no que se desfaz no fim
O bafo quebra a pedra
Experimenta-se uma pieta, estremecemos
O dragao enfurecido sob os pés
O dia, o tal dia, aquele de todos os dias
Os espaços incalculaveis
Sobressalto em tempo de calmaria
O seu peito respirara
A montanha é pedra azul
O anel que arrebenta com o pulso
Esse duplo assopro
Tomar forma
Conforme o instante, segundo o instinto
Rigor ou pureza
Mutantes que se agradam
Raizes no chao do mar à solta
Separaçao na recusa da traduçao
A lingua dos naufragos
A voz baixa
A espera muda
Uma doce e espreguiçada manha
Soletrar moscas entre os pratos
Saltar como coelhos
Esperar pela noite fora
A futuraçao do desejo
Objectos de imortalidade
Comer a fome
Ser maior que o devorador
Arrancar coisas ao mundo
Perdurar o tempo
O pior dos frios
Um peixe amargo
Uma virgula suspeita
Retrato de uma cara de bacalhau
A deriva no vazio
Manter as maos quentes
Cortes compridos na pele dura
Cicatrises conservadas em sal
Ainda que o mar revolto
Horizontes largos
Parcerias embriagantes
Homens astutos de bolsos furados
Um regresso afortunado
O fresco rumo da literalidade
O pragmatismo enxuto
Uma aurora suspeita
O nevoeiro cheio de riscos
Um percurso de alambiques
Falsas cerâmicas
Castelos de marfim
Silêncio em muros
Um poema com dobras
Come-me a ti
Os corpos inacabados
Acutilante memoria de um passado recente
Arrastamento temporal
Um mergulho cromatico
Gatafunhos polifonicos
Um lençol mortuario
Caminhada infinita, luminosa
Um lisboeta aborrecido
Um irmao desconhecido
Vidas perfeitamente normais
Pontes de contactos
Saltar à vista com errosd
Recados para o fim do mundo
Um final feliz
Escorregar na palma da mao
Uma pesquisa dedicada
O encantador recordar do antigamente
Obedecer às margens
Em boa hora se disse
Acontecer a toda à hora
Longe do fim
O faroleiro espelhado nas lentes
Entrar na perda
A outra metade do furo
Um modo sem rumo, sem sumo
O absurdo amargo do mundo
Regressar à ética
Abusar da duvida
Coisas nos outros
O principe do fim
Metamorfoses nos ecos
Um quarto e dois réfens
Vem na badana
As palavras que pesam no papel
Soltar um passaro
Acender alma
Adormecer o dia
Salpicar a escrita de lama
Ainda sem titulo
Presença postuma
Um segredo do até ao fim
O pacto do silêncio enlobado
Parece estar na moda
Duas obras e uma feira
A prata amachucada
O deslizar do mundo em rodapés
Uma arena poética
Dezacertos sem memorias
Luta numa arena de papel pardo
Organizar manchas no decote em V
O ar entre as coisas
Papoilas sobre a toalha de mesa
Colar os dedos no po das asas duma borboleta
As tuas maos podem tudo
1 déc.O6
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