A Barca dos infernos
Um drama singular,
uma atroz dilaceração,
um grão de arroz fendido
obliquando a face mínuscula
e opaca do desperdício.
Sobrevivemos juntos,
como um só corpo,
neste quarto de agonizante.
Sacrificio natural de um ser
desviado do sol.
Cresce-nos dentro da alma,
ao de leve,
a pena descaindo da sua asa.
Inclinando a escrita rente à pele
fica escrito pela unha,
a rima juneira e festiva.
Ficamos amplamente desconhecidos,
de olhos esguios como gatos na noite.
Respiramos sem nos vermos,
ignorando o rumo lutuoso da barca.
lm
2 commentaires:
olá Lidia.
feliz dia de S. António nessa tua cidade de luzes com e sem reflexos.
beijinho
olà Luis! é regar e pôr au luar...hà muito tempo que nao tinha noticias tuas, que prazer !
Merci por tudo. Bjos e até jà. LM
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